segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sim, estou a doirar o cinza

Já há bastante tempo que não vinha ao meu blog. Na primeira semana de Setembro tive férias do tédio por férias da colega que me substituía e agora substituo eu. Depois fui eu própria de férias do local de trabalho. E só lhe posso chamar isso, que férias para mim é pegar numa tenda e ir em busca de cantos de rios e de salpicos de mar e desta vez foi necessário ficar. O pai estava no hospital à espera da libertação do corpo (quer dizer, estas palavras são minhas, nas dele estaria provavelmente à espera de qualquer coisa que lhe restituísse a vida, o convívio com a mulher, as filhas, os netos e os amigos; que lhe trouxesse de volta as caminhadas à beira-mar, a ginástica, as excursões). E, de facto, durante estas férias do trabalho tive a experiência, que não se repetirá, de deixar de ter pai.

Ó caraças, mas será que mesmo tendo mudado o nome ao blog a palete de cores não sai do negro – cinza?!

Há alturas e alturas e embora eu seja, de facto, mais para o blue, neste período da minha vida era difícil não o ser. Mesmo assim tenho conseguido doirar o blue umas vezes, outras aclará-lo de céu e de mar. Mergulhar no mar, deixar-me envolver pelo céu. E se o meu pai não me sai da cabeça, tenho conseguido voar com ele, com a suavidade de quem flutua o infinito doce. O infinitamente doce.

Voar em busca de Nibbana.