sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mais algumas coisas de mim

Eu sou a que queria praticar atletismo, ganhar corridas, subir ao pódio, receber medalhas, aplausos, chorar a ouvir o hino, ser campeã. Mas não pude. Era rapariga e o desporto, segundo o meu pai, não estava reservado para as raparigas. Já lhe perdoei, mas desfez-me o maior sonho da vida.

Como adorava ler e escrever decidi então ir para letras, mas a stora Laurinda, minha professora de português do 9º ano, disse-me que quem ia para Letras estava reservado para professor, e como eu sabia o que os professores sofriam desisti de tal vocação. Ela aconselhou-me então seguir jornalismo, que afinal também se escrevia.

Acabada a faculdade, arranjei trabalho em estudos de mercado, mais tarde em marketing, jornalismo é que nada. Depois um dia, lá pelos 35 anos, atirei às urtigas essas carreiras e resolvi dedicar-me à escrita por conta própria. Não tive êxito. Sou uma má patroa de mim mesmo. E foi assim que voltei ao mercado de trabalho nem como jornalista, nem como técnica de estudos de mercado, marketing ou relações públicas, que o meu prazo de validade tinha passado, mas como administrativa.

Era uma seca enorme. Mas acabei por ir arranjando coisas que me faziam “curtir” o que fazia e acabei por me tornar numa excelente “administrativa”. Na verdade de administrativa tinha sobretudo o nome.

Mas, existem sempre os mas, o meu karma não parece querer reservar-me grande gozo no trabalho, ou é uma karma de falta de jeito para ter gozo, houve alterações na estrutura accionista e os responsáveis desta empresa foram despedidos e substituídos por pessoas que ninguém consegue perceber quais os requisitos que preencherão para estarem aqui, já que tornaram uma empresa em expansão numa em queda acelerada, um bom relacionamento humano num ambiente horrível, e ao fim de três anos, com prejuízos, não os substituem. Pelo contrário, estas pessoas continuam a viver como se tudo corresse sobre rodas. Foram estes “rapazes” que me puseram na prateleira.

E é assim que uma alma gentil, amante do desporto, da natureza e da literatura, está encafuada numa multinacional mal cheirosa, submetida a gestores obscuros.

Oh caraças, quem me acode?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Novo objectivo neste tempo de estar aqui

É, encontrei um novo objectivo para passar o tempo. Provar a incompetência destas pessoas naquilo que me é possível provar. Até me posso perguntar como é que não me tinha já lembrado disto. É tão fácil provar a incompetência em certos pormenores de números. Mas claro, não é uma coisa agradável e talvez esteja aí a justificação para tal ainda não me ter vindo à ideia. E também não me parece grande coisa para objectivo, sinto-me como se estivesse a entrar num jogo, o jogo que eles estão a jogar comigo, um jogo desprezível.

Tenho que falar disto com alguém. Parece-me totalmente legítimo fazer um levantamento das perdas resultantes de maus procedimentos, mas isso vai mostrar a incompetência clara de duas pessoas, o que não é agradável, mas piorar mais o que já existe será possível? E terei alguma coisa de bom com isso? Convém referir que essas pessoas são as que me tiraram o trabalho que tinha. O chefe que o tirou e a que o ficou a fazer em vez de mim. De bom espero ter tirarem-me da prateleira.

Que se lixe, vou em frente. Vou entrar no jogo. Só a ver se não me ponho com sentimentos de vingança nem qualquer coisa assim, que me faz mal.

Aaaahhhhhhhhh socorrooooooooooooooooooo!!!!!!!!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sugestões de power...

... alguém as quer dar?

Onde é que está o meu power?

E voltou o chefe que me tirou o trabalho após a baixa, e voltou a rapariga que ficou com o meu trabalho – a quem eu tinha ensinado as coisas básicas para que ela as pudesse fazer nas minhas férias – e voltou tudo ao mesmo. A necessidade imperiosa de rentabilizar este tempo. Como é que posso aproveitar estas sete horas (SETE!) que tenho de estar aqui?

Outro dia lembrei-me de começar a fazer venda directa de produtos de boa forma. Andei uma semana entusiasmadíssima a escrever a toda a gente a divulgar a minha nova actividade. Acabei a divulgação foi-se-me o power. Que tal readquiri-lo? Afinal sempre dá para ganhar uns trocos.

Agora são os gatos. Arranjei um gato para a minha mãe, só que resolvi ficar com ele uns dias para matar saudades de ter gatos. Pronto. Apeguei-me. E o apego foi tão grande que andei tontinha para decidir se deveria ou não arranjar gatos para mim – há uns anos atrás tinha decidido não os ter porque dão trabalho. E lá decidi: sim, quero dois. Doizinho! E agora os gatinhos têm preenchido grande parte do tempo vago da minha cabeça.

Tenho desperdiçado tanta vida! Sim, desperdiçamos todos. Sim, pior do que desperdiçarmos vida é estragarmos a vida dos outros e do planeta. Estou só a desabafar, ok?!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O tédio foi de férias

Primeiro fui eu a ir de férias, agora 90% da empresa. Então que remédio tiveram estes filhos de cunha se não darem-me trabalho. Até parece que me mantêm cá só para as férias dos outros. Já lhes gritei: eu não quero um emprego, quero trabalho. Mas não serviu de nada. Preferem que eu tenha um emprego e nada para fazer. Bom, mas o que quis dizer é que o meu interregno nestes cinco dias semanais de sofrimento se tem devido, primeiro às minhas férias e agora às férias forçadas do meu tédio.

Pergunto: foi o mundo que ensandeceu ou fui eu? (Vai na volta fomos os dois.)